Vetosaterapia - 拔罐療法 Báguàn Liáofă
- Patrícia Oliveira
- 17 de fev. de 2019
- 2 min de leitura

Uma técnica milenar e universal, que até o início do século XX era comum até mesmo no Ocidente, chamou atenção do público ao ver as marcas circulares no corpo do nadador Michael Phelps, ganhador da medalha de ouro das Olimpíadas do Rio (2016), e despertou a curiosidade sobre aquela “novidade”.

Mas qual a origem daquelas marcas?
História
Já num dos primeiros registros médicos escritos pela humanidade, os Papiros de Edwin Smith[i] Ebers[ii] (entre 1700 a 1500 aEC), havia a menção ao tratamento com ventosas. Os Gregos também as utilizavam, Hipocrates indicava esse tratamento para problemas musculoesqueléticos, dores nas costas, problemas ginecológicos e doenças pulmonares.
Essa tradição foi mantida pela medicina árabes, grandes médicos como Al-Razi (865-925) e Ibn Sina(980-1037), conhecido no Ocidente como Avicenna, usavam essa técnica conhecida como Al-Hajima[iii]. No Ocidente foi praticada por muitos médicos famosos, como Galeno (131-200C.E.), Paracelsus (1493-1541) e Ambroise Paré (1509-1590), além de outros praticantes incluindo os cirurgiões de barbeiro[iv], sendo utilizada até o final do século XX na antiga União Soviética (atual Russia).

Na China o registro mais antigo está no Bo Shu (um livro antigo escrito em seda), que foi descoberto 1973 nas escavações em um túmulo da dinastia Han. Alguns métodos terapêuticos foram descritos no livro Zuohou Fang (28 EC). Na Dinastia Jin (263-420 EC) o médico Gě Hóng葛洪 também escreveu sobre o uso das ventosas.


Aplicações
Em Medicina Chinesa essa técnica é chamada 拔罐療法 Báguàn Liáofă e é usada para diversas doenças e, hoje, tratamentos estéticos.
Essa Terapia é valiosa na restauração do equilíbrio entre o Yin-Yang, fortalecendo a resistência do corpo, eliminando os fatores patogênicos, e promovendo circulação sanguínea para aliviar a dor. Podendo ser usada em problemas internos e afecções externas.
Mecanismo de ação
A atuação das ventosas se dá por indução de uma pressão negativa dentro dos copos, através da formação de um vácuo pela ação do fogo ou pela sucção do ar através das bombas.

A pele é então succionada para dentro do copo, resultando em rubor e calor na área devido ao aumento da microcirculação e, consequentemente, da perfusão sanguínea. promovendo o reparo das células endoteliais, dos capilares, acelerando a migração dos granulócitos e macrófagos e a angiogênese nos tecidos regionais.
Na técnica deslizante a pressão negativa provoca uma ação relaxante e de alongamento na musculatura profunda, de difícil acesso na prática massoterápica.
Na Estética a ativação da circulação, a ação dos macrófagos e a revitalização muscular vai ajudar na vitalidade Tecidual.

[i] SABER, ALI. Ancient Egyptian Surgical Heritage. Journal of Investigative Surgery, 23, 327–334, 2010
[ii] CHELALA, CESAR. A short History of cupping. In:< https://www.counterpunch.org/2016/08/11/a-short-history-of-cupping/>
[iii] Mehta P, Dhapte V, Cupping therapy: A prudent remedy for a plethora of medical ailments, Journal of Traditional and Complementary Medicine (2014), http://dx.doi.org/10.1016/j.jtcme.2014.11.036
[iv] : Rozenfeld, E., Kalichman, L., New is the well-forgotten old: The use of dry cupping in musculoskeletal medicine, Journal of Bodywork & Movement Therapies (2015), http://dx.doi.org/10.1016/j.jbmt.2015.11.009
Comments