top of page
Buscar
  • Patrícia Oliveira

Moxabustão (艾灸 Ài Jiǔ)


A moxabustão é uma terapia da Medicina Chinesa amplamente utilizada no tratamento de dores musculares, articulares e infecções de pele. Acredita-se que o uso de calor nos pontos de acupuntura ou nos Meridianos precedeu o uso de agulha[i].


No livro Zuǒzhuàn 左傳, escrito no período Primavera e Outono (春秋Chūnqiū), registrou uma discussão sobre uma doença ocorrida em 581 a.C. e é considerada a mais antiga literatura de moxabustão.[ii]


Dois textos encontrados em 1973, numa tumba de Mǎ Wáng Duī (馬王堆), do período da Dinastia Hàn (漢), na província de Húnán (湖南) e que foi provavelmente selada em 168 EC: Moxabustão Clássico de Onze Meridianos do Lado do Pé e Prescrições de Cinquenta e Duas Doenças documentaram o uso da moxabustão no tratamento de doenças complexas.



O termo moxabustão deriva do nome em japonês mogusa (艾), do qual derivou o termo moxa; a pronúncia desse mesmo ideograma em chinês é ài e identifica duas espécies do gênero Artemisia: Artemisia sinensis e Artemisia absinthium.


A matéria prima da moxa é a lã da Artemísia (艾絨àiróng), que é obtida após as folhas da Artemisia sinensis ou Artemisia vulgaris serem lavadas, secadas, envelhecidas, trituradas e peneiradas, até transformarem-se em uma mistura uniforme, semelhante a uma lã vegetal. Após preparada a lã, ela pode ser usada de diversas formas tais como bastão, cone, bastonetes autocolantes, etc.


A moxa em chamas produz uma temperatura entre 500° a 900°C, emite radiação visível, luminosa, e infravermelha, que foi medida em laboratório, sendo muito maior a emissão pelo bastão tradicional que pelos outros métodos, conforme podemos ver na tabela seguinte.




A ação térmica ativa os terminais nervosos da região tratada, os efeitos antipiréticos e termolíticos da moxabustão são alcançados estimulando os receptores dos acupontos; após o uso pode aparecer os efeitos na pele como calor, rubor, dor, bolhas e outras irritações da pele como queimaduras. A moxabustão pode levar à vasoconstrição no ponto de queima, enquanto há a vasodilatação em torno do ponto e aumento do fluxo sanguíneo arterial periférico e a permeabilidade microvascular.[iii] A queima da Artemísia também libera substâncias voláteis como cineol, cânfora, borneol, aldeídos, cetonas e fenóis.


O efeito da radiação é um importante fator na eficácia da moxabustão. A radiação é um processo de difusão de energia na forma de ondas ou partículas eletromagnéticas. O espectro de radiação da moxa varia de 0,8 a 5,6 μm pela diferença de equipamentos utilizados.


O infravermelho produz no corpo efeitos térmicos e não-térmicos. Os efeitos térmicos são produzidos sob a ação de ondas eletromagnéticas; as moléculas do corpo humano absorvem a energia da radiação e a converte em calor e, portanto, promove a circulação sanguínea e melhorar as atividades celulares e enzimáticas. O efeito não térmico está relacionado à interação de ondas eletromagnéticas e organismo; é mais complexo e com características não lineares.[iv]


Esta radiação induz a produção de substâncias ativas que estimularão o tecido conjuntivo, vasos sanguíneos, vasos linfáticos e nervos sob a pele irradiada, distribuída para outras partes do corpo através da circulação sanguínea, aumentam o metabolismo e a termogênese nos Órgãos.


Mapa de pontos utilizados para moxabustão.

Em uma próxima postagem falaremos das espécies do Gênero Artemísia utilizados na Medicina Chinesa e na Fitoterapia Ocidental

[i] Scognamillo-SzabóI, Márcia Valéria Rizzo; Bechara, Gervásio Henrique. Acupuntura: histórico, bases teóricas e sua aplicação em Medicina Veterinária. Ciência Rural, 2010 - SciELO Brasil.


[ii] Deng, H., & Shen, X. (2013). The Mechanism of Moxibustion: Ancient Theory and Modern Research. Evidence-Based Complementary and Alternative Medicine, 2013, 1–7.doi:10.1155/2013/379291


[iii] Deng, H., & Shen, X. (2013). The Mechanism of Moxibustion: Ancient Theory and Modern Research. Evidence-Based Complementary and Alternative Medicine, 2013, 1–7.doi:10.1155/2013/379291


[iv] Deng, H., & Shen, X. (2013). The Mechanism of Moxibustion: Ancient Theory and Modern Research. Evidence-Based Complementary and Alternative Medicine, 2013, 1–7.doi:10.1155/2013/379291

177 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo
Post: Blog2_Post
bottom of page